O horror em Bem-Vindos a Derry é muito maior do que você imaginava. Afinal, a nova série da HBO não é apenas sobre o retorno de Pennywise (Bill Skarsgård). Na verdade, ela revela que o monstro é, ou foi, visto como um recurso estratégico em plena Guerra Fria.
Ambientada nos anos 60, a trama joga a paranoia nuclear dos EUA contra o horror cósmico de Derry. Segundo a história, militares chegam à cidade para conduzir a “Operação Precept”. Basicamente, eles buscam um “recurso” no subsolo capaz de gerar medo em massa e desestabilizar a União Soviética.
Contudo, eles cometem um erro fatal.
O “recurso” não é uma arma que possa ser controlada: é Pennywise. Apesar disso, os militares tentam entender a criatura como uma “arma emocional”. Consequentemente, a tensão da série nasce desse choque: a arrogância humana e a frieza estratégica do governo tentando conter algo que se alimenta exatamente desse tipo de trauma coletivo.
E como eles planejam “capturar” o medo? Aqui, a série introduz Leroy Hanlon (avô de Mike). Ele é um veterano de guerra que, após uma lesão cerebral, não consegue sentir medo. Portanto, o exército o vê como a única pessoa que pode chegar perto de Pennywise.
Dessa forma, Bem-Vindos a Derry prova que o medo na cidade nunca foi individual. Ao contrário, ele é histórico e coletivo. Ao transformar Pennywise em um alvo geopolítico, a HBO insinua que o verdadeiro horror não é o monstro no esgoto, mas o homem que arrogantemente acredita que pode controlá-lo.