O aclamado diretor Guillermo del Toro, conhecido por sua defesa apaixonada do cinema artesanal, fez um discurso contundente contra o uso de inteligência artificial generativa na criação de arte. Durante uma apresentação de seu novo filme, ‘Frankenstein’, no Lumière Film Festival, na França, o cineasta não poupou palavras e encerrou sua fala com um sonoro: “A IA pode se foder!”.
A declaração, recebida com aplausos e ovações do público, posiciona o diretor como uma das vozes mais críticas da indústria contra a automação da criatividade.
O Discurso Apaixonado de Del Toro
Antes da exibição do filme, del Toro refletiu sobre o momento atual e a desvalorização do trabalho artístico.
“Vivemos em tempos perigosos – tempos em que temos vergonha das nossas emoções, em que nos dizem que a arte não é importante e que podemos fazer arte em uma p*rra de um aplicativo”, iniciou o diretor. “Quando nos roubam a arte e a emoção, isso nos leva à estética do fascismo.”
Ele usou seu próprio filme como contraponto, celebrando o trabalho humano por trás da produção. “Neste filme, todos os cenários são reais, a decoração é em tamanho humano, há miniaturas meticulosamente criadas… É uma ópera, feita por humanos para humanos. É um filme que está lá para nos lembrar que a arte não é apenas necessária, é urgente”, concluiu, antes do xingamento final.
Sobre ‘Frankenstein’
‘Frankenstein’ é o projeto dos sonhos de del Toro, uma nova adaptação do clássico de Mary Shelley para a Netflix. O filme é estrelado por Oscar Isaac como Dr. Victor Frankenstein e Jacob Elordi como sua trágica Criação. O elenco conta ainda com Mia Goth e Christoph Waltz.
A produção estreia nos cinemas brasileiros em 23 de outubro e chega ao catálogo da Netflix em 7 de novembro.