Para o público, eles são ícones imortais. Personagens que definiram gerações, estamparam pôsteres em quartos e inspiraram fantasias. Mas para os atores que lhes deram vida, a experiência nem sempre foi mágica. Pelo contrário, por trás de algumas das performances mais amadas da história do cinema, escondem-se histórias de frustração, arrependimento e um profundo desprezo pelo papel que lhes deu a fama.
Esqueça a magia de Hollywood por um instante. Estes são os atores que, apesar do sucesso estrondoso, odiaram (ou pelo menos se cansaram muito) de seus personagens mais famosos.
1. Sean Connery — James Bond

O Papel Icônico: O agente secreto 007, que ele imortalizou e definiu para sempre a partir de 1962 em O Satânico Dr. No.
O Motivo do Desprezo: Sean Connery rapidamente se sentiu aprisionado pelo personagem. Ele temia que a fama de James Bond o impedisse de ser visto como um ator sério e versátil. Além disso, sentia-se mal pago em comparação com o lucro gigantesco que a franquia gerava. O ressentimento cresceu tanto que, em uma famosa entrevista, ele declarou: “Eu sempre odiei aquele maldito James Bond. Eu gostaria de matá-lo.”
2. Alec Guinness — Obi-Wan Kenobi (Star Wars)

O Papel Icônico: O sábio Mestre Jedi que guia Luke Skywalker em sua jornada em Star Wars: Uma Nova Esperança (1977).
O Motivo do Desprezo: Como um ator shakespeariano clássico, Sir Alec Guinness considerava os diálogos de George Lucas “lixo” e “baboseiras de contos de fadas”. Ele aceitou o papel pelo cachê, mas nunca escondeu sua aversão pela saga. A história mais famosa é a de um jovem fã que lhe disse ter assistido ao filme mais de 100 vezes. Guinness deu um autógrafo ao garoto com uma condição: que ele nunca mais assistisse ao filme.
3. Robert Pattinson — Edward Cullen (Crepúsculo)

O Papel Icônico: O vampiro brilhante e atormentado da saga Crepúsculo, que se tornou um fenômeno cultural nos anos 2000.
O Motivo do Desprezo: Pattinson talvez seja o caso mais famoso de um ator que zombou abertamente de seu próprio personagem durante a divulgação dos filmes. Ele achava Edward Cullen “ridículo” e “estranho”, questionando a lógica de um vampiro de 108 anos que repetidamente se matricula no ensino médio e espiona uma adolescente enquanto ela dorme. Suas entrevistas da época são um tesouro de sarcasmo e honestidade brutal sobre o quão absurdo ele achava o papel que o transformou em um astro global.
4. Kate Winslet — Rose DeWitt Bukater (Titanic)

O Papel Icônico: A jovem aristocrata que encontra o amor em meio à tragédia em Titanic (1997), um dos filmes de maior sucesso de todos os tempos.
O Motivo do Desprezo: Cuidado, a pegadinha está aqui! Kate Winslet ama o filme e se orgulha de seu papel como Rose. O que ela genuinamente odeia é a música-tema, “My Heart Will Go On”, de Celine Dion. Em entrevistas, ela já declarou que a canção a “assombra” e lhe causa uma “vontade de vomitar”. Ela contou que, por décadas, toda vez que entra em um bar, restaurante ou barco, alguém começa a tocar a música para ela, o que a deixou com um trauma cômico da canção.
5. Harrison Ford — Han Solo (Star Wars)

O Papel Icônico: O contrabandista charmoso e cínico que se torna um herói da Rebelião na trilogia original de Star Wars.
O Motivo do Desprezo: Harrison Ford nunca odiou Han Solo, mas ele sentia que o personagem era “raso” e tinha um propósito limitado. Ele defendeu veementemente que Han deveria ter morrido heroicamente em O Retorno de Jedi, acreditando que isso daria mais peso emocional e um arco de redenção completo ao personagem. Para ele, a sobrevivência de Han não fazia sentido narrativo. Ele finalmente teve seu desejo realizado, de certa forma, em O Despertar da Força (2015).
6. George Clooney — Batman (Batman & Robin)

O Papel Icônico: O Cavaleiro das Trevas na infame e colorida versão de 1997 dirigida por Joel Schumacher.
O Motivo do Desprezo: George Clooney não tem vergonha de admitir que seu tempo como Batman foi um desastre. Ele frequentemente se desculpa pelo filme, chamando-o de “terrível” e brincando que ele “ajudou a matar a franquia” na época. Seu desprezo não é pelo personagem em si, mas pela qualidade do filme, especialmente pelo famigerado “bat-traje” com mamilos. Ele é tão autocrítico que já afirmou que proíbe sua esposa de assistir ao filme.
Essas histórias não diminuem a magia dos personagens na tela, mas revelam uma camada fascinante e muito humana por trás da cortina de Hollywood. Elas nos lembram que, no final das contas, atuar é um trabalho — e nem todo dia no escritório é perfeito, mesmo que o resultado seja imortal.