“É Difícil Deixar Para Trás”: Patrick Wilson se Despede de ‘Invocação do Mal’ em Entrevista Exclusiva

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Por mais de uma década, Patrick Wilson e Vera Farmiga se tornaram os rostos do terror moderno como Ed e Lorraine Warren. Desde a estreia de Invocação do Mal em 2013, o casal de investigadores paranormais não só deu origem a um dos universos cinematográficos mais lucrativos do gênero, como também conquistou uma legião de fãs.

Agora, com a chegada de ‘Invocação do Mal 4: O Último Ritual’ nesta quinta-feira (4), Patrick Wilson se despede oficialmente do papel. Em uma entrevista exclusiva ao Omelete, o ator reflete sobre a jornada inesperada, a parceria que definiu uma era do terror e a emoção de encerrar este capítulo marcante de sua carreira.

O Início de um Universo Inimaginável

“Nem de perto”, responde Wilson, rindo, ao ser perguntado se imaginava o sucesso que a franquia alcançaria. Ele admite que, desde o início, a estrutura de acompanhar um casal em diferentes casos parecia ideal para sequências, mas a escala que o universo tomou foi uma surpresa. “Quatro filmes depois — sem contar os Annabelle e A Freira — e vendo o tamanho que o universo ficou? Não, isso eu nunca imaginei.”

Ele credita o sucesso à visão do diretor James Wan e do produtor Peter Safran. “O James nunca falou: ‘quero fazer dez filmes e virar a maior franquia da história’, mas sim: ‘quero criar algo como O Exorcista, um terror atemporal’”, relembra. “E o Peter [Safran] comprou a ideia. Ele brigou com o estúdio para que os filmes fossem tratados como cinema de verdade. Na época, os filmes de terror ainda não recebiam esse tipo de respeito em Hollywood.”

A Química com Vera Farmiga e a Conexão com os Warren Reais

O coração da saga sempre foi a relação entre Ed e Lorraine, um reflexo da parceria entre Wilson e Farmiga fora das telas. “Antes de qualquer coisa, a química com a Vera. A gente se entende, temos valores parecidos”, afirma. Essa conexão foi a base para construir a dinâmica de seus personagens: Ed, a rocha com fé inabalável, e Lorraine, a médium conectada a outro plano.

Wilson também relembrou com carinho o tempo que passou com a verdadeira Lorraine Warren nos dois primeiros filmes. “A gente ia até a casa dela, passava um tempo com a Lorraine, com a Judy, com o Tony. Entrávamos na sala dos artefatos, brincávamos com as galinhas (sim, eles tinham galinhas em casa!)”, conta. Desses encontros surgiram detalhes que foram incorporados aos filmes, como o fato de Ed ser pintor.

Um conselho de Lorraine, em particular, mudou sua perspectiva sobre o sobrenatural. Ao contar que ouviu vozes de crianças em sua casa, ela respondeu: “Eles provavelmente só queriam brincar.” Wilson reflete: “Isso mudou minha forma de ver as coisas. Nem todo fantasma está ali pra assustar.”

O Último Ritual: A Ameaça Mais Pessoal

Em ‘Invocação do Mal 4’, a ameaça se torna mais pessoal. O caso dos Smurl envolve diretamente o Padre Gordon, mentor do casal, e coloca não apenas uma, mas várias famílias em perigo. A saúde de Ed, já fragilizada, e a preocupação com o legado da filha Judy (agora com um papel maior) aumentam a pressão sobre os Warren. O filme introduz Tony Spera (Ben Hardy), genro do casal, criando um conflito de gerações com Ed.

Dirigido novamente por Michael Chaves, o filme busca honrar o legado da franquia. “Ele queria encerrar essa história de um jeito que honrasse tudo o que já foi feito”, diz Wilson. “Quem viu o primeiro filme vai sair especialmente satisfeito.”

A Despedida: “O Ed Warren Que Eu Interpretei é Parte de Mim”

Após doze anos, o adeus é agridoce. “É difícil, um misto de emoções”, confessa o ator. “O mais duro, na real, é pensar em não trabalhar de novo com a Vera daqui a um ano e meio. Já virou costume: quando minhas costeletas começam a crescer, as pessoas na rua já sabem que vem um Invocação do Mal por aí.”

“Mas eu também sei que fechamos um ciclo. O Ed Warren que eu interpretei é parte de mim”, conclui Wilson. “Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas tenho certeza de que ainda vou procurar algo pra fazer junto com a Vera.”

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