Com uma filmografia que definiu uma geração e papéis que se tornaram ícones culturais, de golpistas charmosos a exploradores vingativos, a carreira de Leonardo DiCaprio é um catálogo de sucessos. O público tem seus favoritos, como o romance épico Titanic, o complexo suspense A Origem ou o visceral O Regresso, que lhe rendeu o tão esperado Oscar. Mas qual obra, em meio a tantos triunfos, o próprio ator escolhe revisitar?
A resposta, revelada em uma conversa reveladora com o cineasta Paul Thomas Anderson para a revista Esquire, não é uma das escolhas óbvias. O filme é “O Aviador” (2004).
Para DiCaprio, a cinebiografia do excêntrico magnata Howard Hughes, dirigida por seu parceiro de longa data, Martin Scorsese, representa muito mais do que uma aclamada atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Foi o ponto de virada onde ele deixou de ser apenas um ator em frente às câmeras para se tornar uma força criativa central na produção de um filme.
“Raramente vejo meus filmes”, confessou DiCaprio na entrevista, “mas se for honesto, o que mais assisti foi ‘O Aviador’. Foi um momento muito especial para mim”.
A razão é profundamente pessoal e profissional. O projeto era uma paixão antiga do ator, que carregou um livro sobre Hughes por quase uma década antes de conseguir realizá-lo. “Foi a primeira vez que me senti parte da produção, não apenas um ator contratado. Tive uma responsabilidade diferente, de colaborador real”, explicou.
Essa transição de ator para produtor-colaborador é fundamental para entender sua escolha. Não por acaso, “O Aviador” foi um dos primeiros grandes projetos de sua produtora, a Appian Way Productions, fundada no mesmo ano. O filme não foi apenas mais um papel; foi a materialização de um projeto pessoal que ele nutriu, desenvolveu e ajudou a levar para as telas, marcando o início de uma nova fase em sua jornada em Hollywood.
Portanto, a escolha de DiCaprio por “O Aviador” é menos sobre o resultado final e mais sobre o processo e o significado. Enquanto o público celebra seus filmes por recordes de bilheteria ou prêmios, o ator revisita o momento em que assumiu o controle de seu próprio destino artístico, transformando uma obsessão pessoal em cinema de prestígio.
