Para uma geração inteira de fãs, eles sempre serão os irmãos Stark de Winterfell, unidos por um vínculo forjado na neve e na tragédia. Talvez por isso, a notícia de que Sophie Turner e Kit Harington — nossos eternos Sansa Stark e Jon Snow — viveriam um par romântico em um novo filme foi recebida com uma mistura de curiosidade e estranhamento. Agora, os próprios atores confirmam: se beijar em cena foi tão esquisito para eles quanto para o público, descrevendo a experiência como “nojenta” e profundamente desconfortável.
O desconforto não vem de uma animosidade pessoal — pelo contrário, os dois desenvolveram uma forte amizade ao longo dos anos —, mas do peso de uma década de história compartilhada em “Game of Thrones”. Durante quase dez anos, eles construíram uma dinâmica fraternal, tanto na tela quanto fora dela, que se tornou uma barreira psicológica quase intransponível na hora de encenar um romance. “É como beijar sua irmã”, teria comentado Harington sobre a experiência, uma sensação ecoada por Turner, que também expressou seu “nojo” em tom de brincadeira. A reação instintiva é um reflexo divertido e honesto do vínculo platônico que criaram.
O reencontro profissional acontece no filme de terror gótico “The Dreadful”, dirigido por Natasha Kermani. No longa, eles deixam para trás as intrigas políticas de Westeros para mergulhar em uma trama sombria, onde interpretam amantes. A escolha de um gênero tão distante do universo criado por George R. R. Martin mostra a clara tentativa dos atores de explorar novos territórios em suas carreiras, ainda que o legado de seus personagens mais famosos continue a ser uma sombra presente e poderosa.

A reação dos atores ecoa diretamente o sentimento de grande parte do público, que recorreu às redes sociais para expressar o mesmo estranhamento. Esse sentimento coletivo é o maior atestado do sucesso e do impacto cultural de “Game of Thrones”. A série não apenas criou personagens icônicos; ela estabeleceu relações tão críveis que elas transcendem a ficção, tornando um simples beijo em outro universo um ato quase “proibido” na mente dos espectadores.
No fim, o “beijo nojento” entre Turner e Harington é mais do que uma simples anedota de bastidores. É uma celebração involuntária do poder duradouro de “Game of Thrones” e um lembrete de como certos papéis marcam atores e o público para sempre. Mesmo em um novo cenário de horror, a memória de Winterfell ainda fala mais alto.