A segunda temporada de Wandinha chegou à Netflix com uma missão clara: provar que era capaz de evoluir. Após um primeiro ano de sucesso estrondoso, mas não unânime, a série retorna mais sombria, mais focada e, crucialmente, mais fiel à essência de sua protagonista. O resultado é uma temporada superior que, embora não seja perfeita, representa uma bem-vinda e inteligente correção de rota.
Os Acertos: Mais Addams, Menos Triângulo Amoroso
A maior vitória da nova temporada é, sem dúvida, a decisão de ouvir as críticas, inclusive as da estrela Jenna Ortega, e abandonar o triângulo amoroso que dominou o primeiro ano. Livre dessa amarra de “série adolescente”, o roteiro ganha espaço para explorar o que realmente importa.
- A Assinatura de Tim Burton: A influência do produtor executivo agora vai além da estética. A narrativa mergulha de cabeça em um ambiente gótico, com criaturas e mistérios que carregam o DNA de Tim Burton, tornando a temporada mais coesa e interessante.
- O Foco na Família: Com mais tempo de tela, Gomez (Luís Guzman) e Morticia (Catherine Zeta-Jones) brilham. A relação complexa e cheia de atritos entre mãe e filha se torna um dos pilares emocionais do novo ano, conferindo profundidade à jornada de Wandinha.
- O Crescimento da Protagonista: A série finalmente força Wandinha a confrontar seu maior defeito: a arrogância. É somente ao reconhecer que seus erros têm consequências que a personagem consegue evoluir, seja para recuperar seus poderes, a confiança dos amigos ou o respeito da mãe.
Os Tropeços: Subtramas Descartáveis e um Vilão Confuso

Nem tudo, no entanto, funciona perfeitamente. Ao tentar dar mais espaço para os coadjuvantes, a série se perde em algumas subtramas que soam descartáveis. O arco envolvendo o desaparecimento da mãe de Bianca (Joy Sunday), por exemplo, é tão apressado que sua resolução parece anticlimática e sem peso.
Essa falta de foco também afeta o vilão principal da temporada, Isaac Night (Owen Painter), cujas motivações se tornam confusas no terceiro ato, enfraquecendo o clímax da história e deixando a impressão de que os roteiristas não souberam amarrar todas as pontas que criaram.
Veredito
A segunda temporada de Wandinha é uma evolução natural e bem-sucedida. Ao abraçar suas raízes sombrias e priorizar o desenvolvimento de sua protagonista e de sua icônica família, a série encontra uma identidade mais forte e confiante. Apesar de ainda tropeçar em arcos secundários, o saldo é extremamente positivo. O talento de Jenna Ortega e a beleza deste universo garantem que o futuro de Wandinha Addams na Netflix continue brilhante e macabro.
Um comentário em “Crítica | Mais Sombria e Focada, 2ª Temporada de ‘Wandinha’ Corrige Erros e Encontra seu Tom”